segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

UMF 2011

Sei que já está um pouquinho tarde para escrever sobre o UMF, principalmente porque a maioria das matérias saíram no dia mesmo. A diferença é que o pessoal ganha pra ficar escrevendo e trabalha com isso, e eu não! Assim, vou escrever hoje mesmo, que foi quando sobrou um tempinho para falar sobre.

De festivais de música eletrônica, o máximo que eu já tinha chegado perto é dessas festas que começam normal e terminam em rave (Isto é, na minha cidade natal são as típicas festas que dizem ser de rock, você chega lá encontra uma micareta danada e no final todo mundo louco pagando de trancer na pista). Ano passado eu quase animei ir na tal da Playground por causa dos brinquedos, e ainda bem que não fui porque descobri depois que tinha no máximo uns 4, e dos muito toscos. Assim, Lá fui eu, totalmente inexperiente no maior festival de música eletrônica do Brasil.

É claro que eu só estava indo para ver o New Order. Nem conhecia direito o resto das bandas ou DJ's, e pouco me importava quem estaria lá. Como fã de N.O. e Joy Division, seria muito difícil que qualquer nome no line up do festival não passasse por mim como irrelevante. Entretanto, já que eu estava lá, seria uma boa hora para entender como funcionam esses festivais, a lógica, orgnanização, público, etc. Vamos lá:

* Local:    Sambódromo do Anhembi. Localização ótima, perto da rodoviária, em um lugar asfaltado, impossibilitando lamaçal. No início tive algumas dúvidas sobre a acústica do local, sobre a alocação de pessoas na hora dos shows, etc. Mas correu até tudo bem. A organização foi impecável. Distribuíram porta bitucas, colocaram um grupo de pessoas à disposição para mostrar o processo de reciclagem dos lixos, além de coleta seletiva. Nem precisa dizer que pareceu muito mais sustentável que o SWU, né. Falando nisso, os preços não estavam tão abusivos (sempre são, né, mas pelo menos estavam a nível de festival mesmo). Disponibilizaram algumas cadeiras para o pessoal sentar, o que foi uma boa na hora de comer, porque ninguém aguenta ir em um festival e até na hora de comer ficar em pé.
Os palcos ficaram organizadinhos,  telões bacanas, etc. Não vi nada a respeito, mas desconfio que o pessoal do Planeta Terra Festival esteve envolvido na organização. Foi bem o estilinho.

* Público:   Altamente variado. Como sempre, tinham os metidos a moderninhos e pagantes de alternativos, que demoram 19 horas só para escolher a camisa que vão ao festival. O pessoal que queria ver o New Order geralmente era mais velho e mais sério. No mais, um público muito bonito e produzido, que foi para ver o show dos DJ's. Nas área vip, riquinhos paulistas e 'vips' esbanjando ... mediocridade. (É claro que não dá pra generalizar)

* Shows:

Copacabana Club: Acho que essa banda está cada vez melhor. Pena que foi a primeira banda a tocar, então não tinha um público muito grande. Gostei mais ainda desse show do que a primeira vez que os assisti, aqui em Belo Horizonte (até porque não teve problemas de som como houve na última vez).Acredito que daqui um tempo terão uma projeção ainda maior, principalmente por causa do pessoal da banda, que parecem ser muito simpáticos

Soulwax: Um eletrônico beem agressivão, curti. Lembro que antes do show começar, eu disse que "ia pular para não estressar ao esperar o New Order", mas acabei pulando de verdade. O pessoal sabe fazer som pesado com sintetizadores, pesado ao ponto de até incomodar, algumas vezes. O único problema é que as músicas soavam muito parecidas. Se for para fazer algo parecido, deveriam ser mais minimalistas, soaria melhor. Mas mesmo assim, gostei muito e quero até ouvir melhor posteriormente.

New Order: bom, para escrever sobre o new order, preciso separar meu eu crítico em 2.

1- Como fã de Joy Division: Fantástico, vi 2 dos membros da formação original da banda, tocaram Ceremony, uma das últimas músicas do Joy. Uma pena Peter Hook não estar mais na banda, e eu não ter visto Stephen Morris passear no meio do povo antes do show começar, acho que até infartaria.

2- Como fã de New Order:  Simplesmente um desrespeito com os fãs. Primeiramente, por saírem anunciando por aí que New Order seria uma das atrações principais. Não foi nem longe disso, a banda tocou como uma iniciante, 'abrindo' show para DJ's que na maioria nem tem música própria direito. Isso é quase inconcebível  dentro do mundo da música eletrônica. Depois, que os roadies e a organização demoraram um tempão para arrumar os equipamentos em cima do palco, e ainda por cima fizeram tudo errado. Quando  tocaram 'crystal', não deu para ouvir nem a voz de Sumner direito. Aos poucos, foram organizando o som, até porque a banda reclamava em cada intervalo... Gillian Gilbert, multiinstrumentista  que voltou pra banda, fez questão de manter seu jeitinho blasé e nem cumprimentar a plateia, que berrava seu nome. Quanta chatice. Até Jim Reid deu um tchauzinho, quando veio em 2008 no brasil com o JAMC...
Enfim, eu esperava pelo menos 15 músicas, e eles tocaram 9. Tudo bem, que tocaram os sucessos e tal, mas não vingou. No momento que saíram do palco, pensei na hora "aaah, vão voltar e tocar Love Will Tear Us Apart", mas nada. Foram embora e nem voltaram. Para quem viajou 500km pra ver só uma banda, foi um pouco decepcionante.

Death From Above 1979: Apesar de ser uma banda famosinha no meio alternativo, nunca tinha escutado antes. O máximo que eu conhecia era a citação da música do CSS (ótima música, por sinal). Mas, sinceramente, achei MUITO RUIM. Deu a impressão que são dois malucos que não sabem tocar nada e tentam ser os novos sonic youth fazendo barulhos sem sentido e sem um pingo de harmonia musical. Péssimo, péssimo. Nem mesmo a presença de Igor Cavalera no finalzinho me fez trocar de opinião. Não consegui nem assistir o show todo, de tanto que eu achei fraquinho. Aliás, estou cansado dessa mania que o pessoal está de fazer esse tipo de banda (faltando instrumento, tipo kills, white stripes, etc), somente alguns tem o dom e a verdade é que DFA1979 não tem. Coitados.

Dj's em geral: mesma coisa de sempre, mas pelo menos têm um gosto melhorado para samplear, o que faz um pouco de diferença na pista. Você realmente sente vontade de dançar, é uma espécie de lavagem cerebral. Quem toma doce para 'ficar doidão' nesses eventos particularmente vacila muito, porque a própria frequência da música já te deixa um pouquinho alterado (falo isso porque nem bebo e com 15 minutinhos já fico dançando que nem a maioria da galera que está Loaded).

Swedish House Mafia: Sobre esse trio de Dj's, tenho que escrever separadamente, porque realmente me chamaram a atenção. Sobre house music (O QUE CHAMAM HOJE DE HOUSE MUSIC NÉ, porque a impressão que se tem é que a clássica batida 4/4 da música eletrônica se corrompeu em um bate-estaca chato, na maioria das vezes), não entendo muita coisa, porém fiquei pasmo com o tanto que a galera pira nos caras. As músicas nem começavam, e o pessoal já estava berrando que nem malucos (a última vez que eu vi isso foi no show do radiohead). Tudo bem que metade das músicas eram versões remix de outros cantores, mas o ritmo era até bom. Na verdade, me senti agraciado por ver DJ's tão bons no primeiro festival de música eletrônica que eu fui. Aposto que 80% dessa galerinha aí que se acha a 'turma da rave', não conhecem Dj's realmente bons.

* Atmosphere:  A melhor possível. Galera alegre, feliz, pulando de um lado pro outro (com exceção dos moderninhos né) e a grande diferença do festival: mesmo sendo de música eletrônica, luzes, e tudo o mais, não tinha a tal da 'pegação'. Acho que se a maioria dos festivais de música eletrônica e afins fossem nesses moldes, provavelmente eu seria uma pessoa mais sociável, hahaaha. Admito que me deu até vontade de ir no UMF 2012, caso tenha. Mas dessa vez, que pelo menos sejam sinceros e não anunciem bandas que tocarão normalmente como headliners, ou então que não podem totalmente o show destas.

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Próximo post ou eu devo escrever sobre sertanejo universitário, ou sobre a Sarah Records (minha paixão instantânea) ou sobre os dois, sei lá.






domingo, 20 de novembro de 2011

Balanço Geral SWU dia 14/11

É muito difícil fazer um 'relatório completo sobre o SWU dia 14/11'. E é por isso que EU NÃO VOU FAZER ISSO, mas vou pontuar algumas coisas sobre o evento, desde a excursão até os shows que eu assisti.


Sobre a excursão:

Fiquei muito satisfeito com a UFMG rock. Para ser sincero, foi a primeira vez que eu fui para um show em um ônibus decente, de modo que eu conseguisse dormir que nem gente e de maneira confortável. No início, eu pensei que a viagem seria chata, porque no meu ônibus parecia que só tinha metaleiro (tive certeza depois que colocaram o dvd do Dio para rodar), mas como eu dormi, nem vi o que aconteceu. Cheguei em Paulínia totalmente revigorado, porque consegui fazer uma boa viagem. Lembro que no planeta terra 2010 eu já cheguei morto por causa do ônibus (tanto que no final eu já estava mais exausto do que tudo). O único vacilo que eu cometi foi de não pedir no dia do pagamento da excursão para ir no mesmo ônibus que meu amigo (Loro), o que foi ruim e bom ao mesmo tempo. bom porque se nós tivéssemos no mesmo ônibus, iríamos conversar a viagem inteira.

Sobre os shows e o evento em si:

Muito grandinho o lugar, né. Isso foi legal, porque deu para distribuir bem todas as coisas que o evento comportaria. Os únicos problemas foram a demora na entrada (que me fez perder o show todo dos Raimundos), a chuva (que querendo ou não, é culpa dos organizadores, já que essa época do ano chove sempre) e o lamaçal (não lavei meu tênis até agora, coitado). Sobre a chuva, eu tentei comprar uma capinha para disfarçar, mas nem adiantou muito, já que choveu o dia inteiro e a capa não cobre a perna toda. A jogada de mestre verdadeira foi a dica que o Marcelo Rodarte me deu de colocar uma sacola no tênis. Aí, pelo menos, meus pés ficaram ilesos e aguentaram todo o festival.

Creio que me surpreendi em todos os shows. Como disse, queria  ter visto o Raimundos todo (cheguei só na hora de Eu quero ver o oco). o sistema de colocar um palco na frente do outro foi muito inteligente, porque assim se a pessoa tivesse um mínimo de inteligência, ela conseguiria raciocinar de um jeito a ver o show de sua banda favorita na frente do palco. Mas sempre tinha a manezada que saía correndo de um lado para o outro pra tentar pegar grade, aí é complicado... Sobre os shows que eu assisti , vão alguns comentários breves:

* Duff McKagan Loaded - normal. Vi um pedaço dele sentado na arquibancada, achei até bastante regular, entretanto não me empolguei, até porque não conhecia nenhuma música, exceto Atitude, um cover dos Misfits que rolou no finalzinho. Nessa hora eu já estava até em pé, na frente do palco esperando o BRMC aparecer.

* Black Rebel Motorcycle Club - A apatia, os rostos fechados, tudo isso eu já esperava. Heh, eles são altamente influenciados pelo Jesus and Mary Chain, MBV, e afins, é óbvio que tocariam o show inteiro olhando para baixo. E olha que ainda no final o baixista desceu até a galera do gargarejo. Achei um show legalzão, bem completo, principalmente por se tratar de um power trio. Faltaram algumas músicas, mas... curti mesmo assim.

* Down - Phil Anselmo. Isso resume toda a porrada que foi o show. Comecei a ter medo do cara depois que ele sangrou a testa de tanto bater o microfone nela. Mas assustei mais ainda quando mostrava a plateia e o pessoal fazendo moshing no telão. Dava medo até de olhar, aquele tanto de cara parrudo, careca, tatuado até na gengiva, brincando de 'lutinha'. O show deu para dar um up no pessoal, agitou muito mesmo, sem contar que tocaram trechos de pantera, o Duff acabou fazendo uma pontinha no palco também.

* 311 - Não vi, porque eu queria ficar na frente para assistir o sonic youth. Mas de longe, pareceu que foi meio tosco, sei lá.

* Sonic Youth - é meio complicado eu escrever sobre SY, porque qualquer coisa que eles fizessem no palco, eu como fã de longa data acharia o máximo. Foi interessante porque até os vendedores de cerveja pararam para assistir o show (isso mesmo, eles abaixaram a 'bandeirinha', ficaram quietinhos, assumiram que queriam ver o show para qualquer um ouvir). Li em alguns sites, e ouvi alguns comentários que o show fora mediano. Bom, particularmente acho que o pessoal que disse isso não tem muito conhecimento sobre SY. Os caras praticamente só tocaram hits!!! É o que eu sempre digo, metade do pessoal que diz gostar de sonic youth fala para 'pagar de doidão alternativo', porque o show foi sensacional, nos parâmetros da banda. É ÓBVIO que poderia ser melhor, mas temos que entender que eles já perderam um pouco do pique (quase 30 anos de banda), e mesmo assim eles continuam a fazer o clássico experimentalismo com asa guitarras e baixos. Thurston Moore sempre surpreende com suas gracinhas (adorei a 'surra de cabo' que ele deu na guitarra).
Melhores momentos do show: Schizophrenia (que Moore disse chamar 'Sister') e Teenage Riot, que eu mesmo não aguentei e puxei um empurra-empurra no canto direito do palco (na filmagem da multishow dá pra ver nitidamente!). Fãs de Sonic Youth sabem o que Teenage Riot significa no cenário alternativo do rock.

* Primus - Não vi, mas parecia que o show foi bacana. Nessa hora eu fui comer, estava exausto.

* Megadeth - vi algumas músicas, bem de longe. Apesar de ser um show agitadão, eu não animei a ver de perto, até porque nem era muito o meu espírito do momento. Melhor deixar para os metaleiros se mataram ao som de Symphony of Destruction.

* NÃO PRECISO NEM FALAR QUE NÃO CHEGUEI NEM PERTO DE SHOW DO SIMPLE PLAN, NÉ.

* Stone Temple Pilots - Muito bom o show! Deu para eu dar uma 'esquentada', já que eu estava altamente ensopado e o frio começava a pairar sobre o festival. Concordo com as críticas que eu li que o show começou meio morno e foi melhorando depois, porque realmente foi assim. Parece que no começo o pessoal da banda estava meio desanimado, e foi agitando com o tempo. Músicas como 'Plush', 'Big Bang Baby' moveram o público.

* Alice in Chains - A galera adorou (com exceção dos fãs hardcores que ainda não aceitam o novo vocalista), mas eu passei muito frio no show, a ponto de sair pulando até com músicas mais lentas, para esquentar. Minha capa de chuva já tinha ido pro saco uma hora dessas, estava ensopado, etc. Assisti o show mais de trás, e para ser bem sincero, eu esperei que fosse ser melhor, mas mesmo assim foi um bom show.

Antes de faith no more, um vídeo sobre sustentabilidade para fingir que o festival é feito para isso e ... bom, pelo menos a trilha sonora foi O sal da terra , de Beto Guedes. tá valendo.

* Faith no More - Eu nunca gostei e ainda não gosto de FNM. Porém, admito que o show deles foi um dos mais animados que eu já assisti. O tal do Mike Patton tem uma presença de palco mística, e soube aproveitar bem o fato de ser headliner para deixar o público muito satisfeito. Continuo não gostando de faith no more, mas agora entendo porque a banda tem tantos fãs. O show deles é maravilhoso, a interação com a plateia é nota 10 (os caras falam português, caramba!!!!), e o momento que cantaram Epic foi literamente épico. Ganharam meu respeito a partir desse show, sinceramente.

Por fim, um show de fogos de artifícios, para terminar o SWU, e a volta para casa...

Outros fatores:

SUSTENTABILIDADE PARA QUEM? : nunca me senti tão extorquido na minha vida, principalmente no momento que me cobraram 7 reais em uma coca cola. Nunca pensei que usaria essa frase, mas esse capitalismo selvagem é tenso, viu (junto com a maldita teoria de Adam Smith da oferta x demanda). Como disse meu amigo Loro, seria melhor que cobrassem o dobro no ingresso do que furarem os olhos do pessoal na hora. Além disso, não vi nada de sustentabilidade no evento. Planeta Terra me pareceu muito mais, entregando porta-bitucas de cigarro, preços mais acessíveis, etc.

SWU definitivamente não é um festival para estudantes. É tudo muito caro, altamente burocrático, etc. Isso porque eu fui de ônibus, porque o que eu vi do pessoal reclamar do estacionamento...

Por que os fóruns foram fechados ao público normal?

- Ah sim, tiraram a área vip lá na frente (o que era um absurdo!)

Apesar de tais defeitos, é preciso admitir que o line-up do SWU foi muito superior ao do Rock 'n Rio. Os shows (pelo menos do dia 14) respeitaram bem os horários previstos, e o fato de vendedores ambulantes venderem no meio da galera (mesmo que muito caro) é uma mão na roda. As placas indicativas pela estrada devem ter ajudado muito também o pessoal que estava indo para o evento. No final das contas, foi um dia muito rock n' roll, com ótimas bandas, ótimos shows. Vamos ver o que SWU 2012 aguarda, e se consegue manter o seu bom nome.

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Por fim, fico triste por não poder ir ao New Order, e fico na expectativa da confirmação do line up para o Lollapalooza. Sinceramente, a lista de bandas que estão mostrando na internet ainda soa meio fraco para um festival famoso internacionalmente....


domingo, 30 de outubro de 2011

Obra de Arte

O que posso dizer, simplesmente é: quem não enjoou de tanto escutar a música "Morango do Nordeste", praticamente não viveu 1999. TODOS OS CANTORES, TODAS AS RÁDIOS, TODAS AS EMISSORAS DE TV, INCLUSIVE O PAPAGAIO DA SUA AVÓ só tocavam essa música, de modo que eu tive até minhas dúvidas se ela substituiria o nosso hino nacional. Tive muito medo, admito.

Tudo bem que vários anos já se passaram desde o seu sucesso, mas "Morango do Nordeste" ainda se mantêm na boca do pessoal. Qualquer um que soltar meia estrofe dela, pode preparar que vai aparecer um gente boa pra terminar de cantar. Na verdade, músicas desse nível deveriam passar longe do Insono, mas, como nós temos um 'compromisso com a verdade' (aonde que eu vi isso mesmo?), pelo menos análise da letra eu terei a obrigação de fazer. Lá vai:


Morango do Nordeste

 (desconheço o autor, mas se eu fosse colocar o nome de todos os intérpretes... a internet não tem bytes suficientes para suportar tamanha informação)


Estava tão tristonho quando ela apareceu

Até aí beleza, dá pra aceitar. O cara tava na fossa, provavelmente abandonado pela antiga paixão, bebendo em um boteco sozinho em plena quarta feira, quando a 'morango do nordeste surgiu'. Não dá pra falar nada, por enquanto.

Seu olhos que fascinam logo estremeceu

Estremeceu o quê, caramba? Não dá pra saber se os olhos fascinam logo, ou se fascinam, e logo estremeceu. Só pode ser de propósito, pra não ter sentido mesmo...

Os meus amigos falam que eu sou demais

O QUÊ? Quando eu escuto isso eu só consigo imaginar um bando de amigo puxa saco falando: "nossa cara, você é demais, o maior pegador, o rei da gente, por favor, nos ensina a ser como você!" E mesmo assim, com os amigos dizendo que ele é demais, ele assumiu no começo da música que estava tristonho! auto-estima pior que a minha, viu....

Mas é somente ela que me satisfaz

Sem palavras para descrever isso. Depois que todos os seus amigos passam horas fazendo elogios, ele diz: "não, somente ela que me satisfaz". Cara merece ficar na fossa mesmo. Os amigos tentando dar uma força (lembram, ele estava tristonho), mas não serviu de nada...

É somente ela que me satisfaz

Todo mundo já sabe...

È somente ela que me satisfaz

Só pode estar tonto, né, pra repetir isso várias vezes.

Você só colheu o que você plantou

Pois é. Acredito que isso seja no fundo, uma paráfrase à Perfect Day, de Lou Reed, só para reforçar a ideia. Porque se não for, não tem nada a ver com a música. Quem colheu? Quem plantou?!?!?!?

Por isso que eles falam que eu sou sonhador

Deu vontade de parar aqui. Tá de brincadeira, só pode. NÃO TEM NADA A VER!!!!! Então quer dizer que seus amigos que dizem que você é demais, após verem que quem satisfaz seu ego é só a mulher que chegou com o olhar 43, dizem que você é um sonhador por dizer que só colheu o que plantou? Você não é um sonhador, é um lesado, isso sim!

E digo o que ela significa pra mim

Vamo ver, gente, o que que ela significa para esse cara que é demais...


Ela é um morango aqui no nordeste
 
Esses morangos do nordeste, vou te contar, viu.....


Tu sabes não existe sou cabra da peste

Eu não sei de nada, depois dessa música eu não sei mais nada! Se você tá falando que é um cabra da peste, deve ser mesmo, porque os seus próprios amigos dizem que você é demais. Espero que pelo menos você se satisfaça com suas auto-qualificações.

Apesar de colher as batatas da terra
 
HUAHAUAADHFUASDHHAUSDHFUSDHU não vou aguentar, eu vou morrer de rir aqui huahauahuhuhuhu. A frase não só tem sentido algum, como é simplesmente imbecil pelo fato de não ter batatas do céu. Mas sei lá, né, esse universo é grande, se o cara tá falando de morango do nordeste, vai ver deve ter batatas de marte, ou qualquer outra coisa. Afinal, de um cara que é DEMAIS pode-se esperar qualquer coisa.


Com essa mulher eu vou até pra guerra , (vou)
 
Há, mermão, quanta covardia! Querendo levar mulher pra guerra? E mesmo se não levar, mas tu é burro, hein? Logo você, que estava tão tristonho, etc, depois de arranjar uma mulher vai é pra guerra? será que você realmente é demais, como dizem seus amigos?

Aai, é amor
Aai é amor
É amor
Aai, é amor
Aiaiai é amor
É amor



Tá, eu acredito que é amor mesmo. Só alguém muito apaixonado pra escrever uma coisa dessa.



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 Só deixando bem claro que isso foi apenas uma brincadeira com a música, sem nenhuma intenção de ofender ninguém. Até porque, é tanta gente que canta essa música que eu nem sei quem foi o grande gênio que a escreveu. Provavelmente ele deve ter uma história por trás. Só espero que não seja a que essa música fale sobre a maconha (que foi a interpretação mais bizarra que já vi na vida)
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No mais, aguardo o SWU. E sonho com Stone Roses no Brasil (digo Stone Roses porque eu praticamente desisti de uma vinda do Cure). 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Notas Musicais

Somente algumas notas mesmo, sobre alguns acontecimentos ~~

* É, então depois de 27 anos de casamento Moore e Gordon cismam de separar. Tudo bem, né, vai ver eles cansaram de ficar juntos, de verdade. Sei que isso não tem nada a ver, mas deve ser uma rotina mega estressante, principalmente para um casal, que deve misturar as brigas matrimoniais com os conflitos da banda. O problema é que isso pode significar o fim do Sonic Youth. Agora vejo que valeu a pena eu ter comprado o ingresso para ir no swu. Por favor, alguém, grave o bootleg desse show! poderá ser histórico!!!! Mas não nego que estou preocupado de assistir um show morto, com os membros da banda mal olhando um para o outro, ou tocando com extrema má-vontade. Espero que mantenham a consideração com os fãs.

* Sonic Youth prestes a acabar e Stone Roses anunciando volta! Acho que foi uma das melhores notícias que ouvi recentemente. Taí uma atração que o pessoal organizador do Lollapalooza, Terra ou SWU devem ficar de olho e trazerem a todo custo! Stone Roses é lendário, simplesmente a melhor banda do Madchester (Madchester, não Manchester), algo que a galerinha metida do Oasis nunca conseguiu copiar direito (mesmo imitando até o penteado)... Apesar que ao vivo, sinceramente, eles não são lá essas coisas. A voz de Ian Brown é muito sintetizada, qualquer  que já viu uma mera apresentação deles ao vivo já notou a diferença para os álbuns. Mesmo assim, por mim poderiam sair em uma turnê só de músicas do Second Coming (considerado ruim pelos fãs pela-saco) que eu iria

* Empolguei denovo com Black Rebel Motorcycle Club (não escutava desde 2007), para ir ao show deles no swu, também. A voz do vocalista indiscutivelmente é idêntica à de Jim Reid (Jesus And Mary Chain), ficando ao lado de Crystal Stilts, Raveonettes e outros seguidores como herdeiros do legado pré C-86.

* Será que "Lulu" (é isso mesmo?), o álbum gravado por Lou Reed + Metallica, será bom? Gosto muito de ambos (mais de Reed), e ao contrário de muita gente que fez cara feia quando soube da parceria, achei quase genial. Tanto Metallica quanto Lou Reed são de muita responsa, duvido muito que teriam coragem de reunir para criar um álbum lixo. Todavia, para ser sincero, acredito que os fãs de Metallica irão gostar menos, por estarem esperando um álbum nos moldes dos anteriores [que particularmente acho que não vai acontecer de jeito nenhum]. O que eu queria na verdade era um encontro de Lou Reed com Zé Ramalho, isso que ia ser hilário! Uma disputa do caramba pra ver quem canta falando de maneira mais estilosa.

* Rock n' Rio parece que foi bom, né, apesar dos pesares. Admito que queria muito ter ido no Red Hot no início, mas como também já fui adolescente, meu maior pesar foi perder o show do Slipknot, no dia do metal. como diz Daniel, 'podem me chamar de herege', mas não deve ter nada melhor do que o clima de um show desses caras. pancadaria do início ao fim, pessoal todo pulando, o ritmo da música te agitando, sem contar o tanto que deve ser engraçado a turminha do mal toda de preto black grave folk ultimate gore black super black meu black mais black que o seu black metal se matando, naquele calorão, e todo mundo assando que nem leitão. Isso porque nem citei o palhaço da banda, que só fica fazendo... palhaçada.

* Nunca fui de me empolgar muito com trilhas sonoras de filme, mas curti MUITO a trilha de Velvet Goldmine. Tá, também é óbvio (filme só toca Brian Eno, Roxy Music, Lou Reed, T-Rex). A trilha sonora é tão boa que dá até pra ver o filme sem se horrorizar tanto (se e´que me entendem....)




No mais, é isso. até a próxima!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Soon

Muito bem, em 2011 nós comemoramos 20 anos do lançamento de um álbum que foi um mito para a história do rock alternativo. Até hoje nós podemos notar suas influências nas bandas atuais, e a cada vez mais, o respeito que vem ganhando dentro do cenário musical, assim como a genialidade de seus membros, que hoje seguem alguns projetos paralelos em bandas descoladas. Mas é claro que estamos falando do Nevermind, do Nirvana Loveless, do My Bloody Valentine!!!!

Meu primeiro contato com Loveless foi em 2006. Não me agradou muito, para ser bem sincero. Na verdade, eu estava escutando na mesma época o "Nowhere", do Ride, e músicas como "Vapour Trail" e "Polar Bear" não deixavam eu querer escutar uma outra coisa, mesmo que soasse parecido. Assumo que não consegui escutar muito mais do que uma barulheira na primeira vez que eu ouvi o disco. E olha que eu já estava acostumado com Jesus And Mary Chain...

Mas, ainda bem que a gente sempre cansa de escutar as mesmas coisas e depois tenta dar uma peneirada na própria biblioteca para achar algo que ainda não está tão enjoado assim. Desse modo, quase dois anos depois, eu animei a escutar o Loveless de novo. Confesso que mais uma vez, o álbum passou batido pelo menos ouvidos. Porém, dias depois, o maldito riff de "Soon" insistia na minha cabeça, e eu ficava cantarolando isso o tempo inteiro mentalmente. Era semi-hipnótico. E o pior: eu não lembrava daonde que eu tinha escutado, então eu ouvi o disco mais uma  vez para achar o riff em loop eterno e etéreo. Agora sim, eu (re)descobri o álbum, para ser apaixonado por ele para sempre.

Loveless não é um álbum qualquer, e muito menos um álbum feito para ser de escuta fácil. Ele te requer paciência, certo estado de espírito, e por que não, um aparelho de som decente. Todas as músicas estão repletas de camadas de som, de modo que as vozes de Bilinda e Shields são quase inteligíveis no meio do barulho, se tornando quase notas de guitarra. A verdade é que o som das guitarras é tão magnífico que todos os outros instrumentos e recursos se tornam meros coadjuvantes nesse disco. E não é por menos. Dizem que Loveless foi um dos discos mais caros da história da Creation, além de ser gravado em várias frequências, devido às exigências de Kevin Shields. Imagino quanta música deve ter sobrado, e ele não quis inserir no disco por achá-la "inferior" às outras. De qualquer jeito, é difícil imaginar algum modo de melhorar esse disco.

Cada música possui a sua peculiaridade, o seu toque especial, a sua mistura de shoegaze + dream pop. Sempre que são escutadas novamente, pode-se perceber um detalhe a mais, aquela guitarra distorcida lá no fundo, aquela oscilação na parede de som, ou a alternância na sua música favorita. Além de tudo, Loveless é uma evolução para a própria banda, uma vez que a partir de Loveless (na verdade, iniciou-se em Isn't Anything, o álbum antecessor) o conjunto começava a se desvincular do espírito C-86 que ainda permeava as canções. Não que  sua fase anterior seja ruim - pelo contrário, os singles do primeiro momento da banda são fantásticos, talvez deva escutá-los atualmente até mais que o próprio Loveless - mas My Bloody Valentine passou do patamar de banda notável e influenciada de sua vertente para banda influenciadora, a banda-símbolo do Shoegazing.

É desnecessário falar de cada música separadamente, e nem sei se isso seria certo. Elas constroem entre si um elo, qual são interdependentes. Uma completa a outra dentro do álbum, a ordem está perfeita. A sinestesia que o disco contém em si pode ser percebida claramente quando se fecha os olhos e você só consegue pensar em branco e vermelho. É uma sincronia inexplicável.

Loveless hoje é um marco para o shoegazing, e a influência de My Bloody Valentine continua em expansão, dentro ou fora de seu gênero musical. Principalmente na atualidade, em que as bandas que estão surgindo voltaram a ter consciência que colocar um computador para operar músicas é tarefa de profissionais como Brian Eno, Kraftwerk, ou até mesmo Daft Punk, e não para bandas de rock. E que sim, o barulho pode se tornar música, a nível de obra de arte.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Restou o Kaos

De todas as bandas que fizeram parte de minha vida, dificilmente uma teve uma participação tão sólida como o Anarkaos. Além de ser uma banda da minha cidade, o conjunto representava a mistura das minhas próprias influências musicais e a prova viva em que uma cidade do interior poderia ter sim uma banda de rock maneiro, sem que ficasse eternamente tocando cover de bandas mainstreams do momento. No fundo, todo mundo acabava se identificando com um trecho ou outro das músicas, já que de certa forma, o (contra)cotidiano era muito parecido.

Como se fosse hoje mais cedo, lembro do primeiro show que fui do Anarkaos. Foi em 2006, no extinto Jazz Bar, no lançamento do segundo disco da banda. Antes disso, eu já tinha ouvido falar (é claro), mas pensava que era algo totalmente diferente, até porque todos citavam a banda como "a banda em que o Paulo professor do Anglo toca". Possivelmente até hoje não teria tanto apreço pela banda, mas não me lembro quem me disse que "eles gostavam muito de Cure". Isso foi a palavra-chave. Eu estava no meu período mais doente-maníaco por Cure, qualquer coisa que tivesse uma ligação mínima com a turma do Robert Smith eu estaria topando! Se não me engano, os ingressos eram gratuitos, distribuídos aonde o guitarrista Adriano trabalhava. Fiz grande parte dos meus amigos irem no show comigo - estavam achando ótimo, éramos/somos todos quebrados e é muito raro ter show em Formiga, principalmente de graça.

E assim fomos nós, uma pequena turminha (um embrião do que hoje chamamos de "turma da praça", ou até mesmo MK Vera) em busca de música boa. Eu, motivado pelo "instinto Cure"; meus amigos para curtir o show mesmo. Sei que quando começou o show  fui reconhecendo alguns membros da banda (como o Branco, e até mesmo o Tucano que fez uma pontinha em uma canção) e vi que não era beeem algo parecido com Cure [exceto o 'Smith' do apelido da Ju]... mas mesmo assim era algo que era muito, muito massa. Foi a mesma sensação que tive quando ouvi T-Rex pela primeira vez: ouvi pensando que seria uma coisa, fiquei surpreso ao ver que não era o que pensava que fosse, e acabei gostando de verdade por achar o que eu estava ouvindo na hora muito bom. Saí de lá elogiando o show até não poder mais, assim como meus amigos que estavam comigo.

Não sei se eu e o Lalinho exageramos demais ao elogiar, mas sei que falamos tanto do show pros outros que no próximo show, já conseguimos arrastar mais gente para ir assistir com a gente . Nesse período de tempo, já tínhamos decorados várias letras (Soul Underground era obrigatória), e de tanta propaganda que fazíamos, a galera ficava todo dia entrando no fotolog (nessa época era fotolog!) da banda esperando o aviso de um show novo. Os Planctons já haviam se tornado algo sério (desde sua aparição na estreia do segundo disco), e essas "duas" bandas definitivamente matavam o tédio de uma certa juventude de uma cidade do interior que não tem nada para fazer a não ser comer ou falar da vida dos outros.

Bom, acho que eu poderia ficar aqui até amanhã  falando sobre os casos que envolvem eu+minha turma e o Anarkaos ( são muitos mesmo, como o show no caminho da roça, o cover do Rage [tinha tirado meu siso dias antes desse show, arrebentei todos os pontos no dia], o Formiga Sônica, aliás, o próprio ato de frequentar o Novo Paladar) , mas em especial eu gostaria de Ressaltar o surgimento do Movimento Kill Vera. Graças ao Anarkaos (e a mãe do PM) , a minha turma de amigos, de fato, começou a existir. O que começou como uma brincadeira acabou virando uma turmona de gente, mesmo. E é claro, o Anarkaos era uma espécie de padrinho pra gente.

Por mais que isso pareça idiota ou infantil, realmente existia o sentimento de identidade. Era só falar que tinha um show da banda, que todo mundo aparecia em Formiga para assistir. Soul Underground ainda é nosso hino, creio que sempre será. Tínhamos (temos, na verdade) um enorme apreço por todos os membros da banda, tanto que todo mundo sabe falar no que e em que tal membro é mais massa. Apesar de todo mundo ter crescido pra caramba nesse tempo, algumas coisas, nem que seja por nostalgia, ainda ficam. Sempre ficam.
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Acabou que eu falei demais aqui, nem comentei sobre o disco e...


O dia que fomos informados que a banda ...é... 'não seria mais a mesma' , soou como se alguém tivesse morrido. O pessoal escutou o CD, que para a gente ficou entendido como um presente de despedida, na sensação de que era o último adeus de algo que marcou tanto o final da nossa adolescência. Sabemos que as coisas vão um pouco mais além, que nem tudo está acabado, mas mesmo assim, foi como se todo mundo sentisse as dores de uma separação. O tom sombrio de algumas músicas, a guitarra ausente em outras, a sonoridade clean (que vai além de somente nome) expressa uma espécie de adeus.

Com todas as pessoas que cheguei a comentar, houve um consenso: o terceiro disco é o melhor álbum da banda. Creio que cada pessoa pode fazer sua própria interpretação sobre as músicas (talvez isso seja a própria intenção de Branco, Warlen, Adriano e Paulo), mas eu fiz pequenas divagações em quase todas as faixas do disco. Ainda não sei definir qual foi a minha faixa favorita (Luto 777 é tão marcante, ao mesmo tempo que o Ministro do Funk dá vontade de arrebentar a rotina de verdade e Opala Capa Preta é tão.... junk town nothing got to keep it coming, hipshake gunning kick start and I'm running, se é que me entende... droga, lembrei do riff principal de Lesgo Lesgo... realmente é difícil), esse disco foi realmente uma obra de arte. Como já disse, somente senti falta de uma guitarra em algumas músicas, e de alguns backvocals da Ju, mas... isso não tira a beleza do disco.


Acho que , no final de tudo, sobrou só agradecer ao Anarkaos - pelo (s) disco (s), pelo carinho que tiveram com a gente durante todo esse tempo, com a paciência por ouvirem "soul underground! soul underground!" em todo santo final de show, por aguentar canseira da gente perguntando quando teria um show novo, pela imaturidade de não aceitarmos as coisas direito sem sabermos dos fatos concretos, por fazer um lugar semi-abandonado virar um "pub" da cidade, por aturar encheção de saco seja ela na rua, na internet , nos shows, por ser um motivo de reunião de amigos ausentes na cidade (inclusive eu), por fazer a nossa vida tão mais feliz nas madrugadas dos sábados em que vocês tocavam.


Fez efeito!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Dead Souls - 31 anos sem Curtis

Apesar do sono que me consome, não poderia deixar a data de hoje passar em branco. Hoje "comemoramos" - na verdade, lamentamos, 31 anos da morte de Ian Curtis. Quem não gosta de Joy Division isso não faz a mínima diferença, mas para todos os fãs, assim como quem conhece (e reconhece) a influência de Curtis na música com certeza deve ter retirado um momento do dia para escutar algumas de suas canções.

Quando digo influência na música, nem me refiro tanto ao gótico, ou ao post-punk. Nesses gêneros, várias outras bandas que vieram depois foram até mais marcantes, provavelmente. Mas poucas possuíam letras carregadas da beleza que as de Ian Curtis tinham. O seu tom de voz semi-barítono, as batidas marcantes de bateria sincronizadas com o baixo até hoje fazem que a sonoridade de Joy Division soe como permanente, ecoando pela mente de quem a escuta. A melancolia é tão forte que até quem não entende a letra se sente um pouco tocado.

Mais notável ainda é o fato de a banda se tornar um mito lançando apenas dois álbuns de estúdio, de maneira semi-amadora e sem nenhuma turnê mundial, uma vez que Curtis se suicidou dias antes de iniciarem uma tour pelos EUA, ao som de The Idiot, de Iggy Pop. Até nisso ele conseguiu ser emblemático - The Idiot é um álbum fantástico, e na minha opinião, o melhor de Iggy Pop (melhor até que o Raw Power de seu período Stooges).

O legado de Joy Division não foi algo que morreu junto com Ian. Os outros integrantes da banda se tornaram o New Order, uma das grandes referências da música eletrônica em geral. O post-punk continuou com The Cure, The Fall, Jesus And Mary Chain, dentre outros, que junto ao próprio Joy Division, faziam crescer a corrente musical criada há alguns anos atrás pelo Velvet Underground: o rock "não-mainstream", DIY, o verdadeiro rock alternativo. E para demonstrar que o estilo de Ian continua vivo é só escutar bandas atuais como Interpol, Crystal Stilts e The Killers, que são a prova viva da magnitude da influência de Joy Division na música alternativa.

Pobre Ian. Depressivo, epilético, e ainda foi se envolver com duas mulheres... fico imaginando como seria a cena pós punk caso ele não tenha morrido, o que se tornaria o Joy Division, como seria a banda após ganhar notoriedade mundial ainda em atividade... sinceramente, creio que se Ian não tivesse morrido, com o passar do tempo a sonoridade de Joy Division seria bem próxima dos primeiros discos do New Order (como Power, Corruption and Lies ou Low Life) visto que a tendência era o som se eletronizar cada vez mais - Closer demonstra bem isso. Mas é claro, a simples presença de Curtis tornaria tudo diferente, de modo que o "New Order" soasse bem mais soturno. Por outro lado, será que com Ian vivo Robert Smith  iria compor Primary ? Sua morte significou uma carga simbólica muito grande para o vocalista do The Cure, influenciando na produção do álbum Faith. Enfim, Curtis se tornou quase um 'mártir' para todo o cenário cold wave. Até góticos de carteirinha o idolatram....

[não vou escrever nada sobre Love Will Tear Us Apart, isso deve ter em qualquer outro blog/site/rede social]


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[Falando sobre algo nada a ver....]


Tudo bem que a juventude de hoje está estragada, mas cá entre nós, Detonautas, precisava também estragar Back In Black pra poder dizer isso????

domingo, 1 de maio de 2011

Pato Fu, e sua música nada-de-brinquedo

Começei a escutar Pato Fu de verdade mesmo foi em meados de 2002, quando eu copiei uma em uma fitinha o ao vivo mtv para escutar no meu walkman, e "peguei emprestado" uma fita VHS com o mesmo show. Lembro que na época a música Capetão 66.6 FM era o máximo pra mim (máximo da doideira, máximo da criatividade, máximo de tudo). A partir daí (e depois que ganhei um computador), fui me tornando cada vez mais fã da banda.Claro, por ser apaixonado com animes e mangás, a música Made in Japan era quase um hino. Até hoje consigo cantá-la no embromation.


Desde que mudei para belo horizonte (a terra deles) tinha vontade de ir em um show deles. Até que fiquei sabendo que tocariam no Palácio das Artes, hoje, às 18:00. Ainda não escutei nada do disco novo, só sabia que ele fora gravado com instrumentos infantis, em meio a outros brinquedos maneirinhos. Mesmo arriscando não achar ingresso, fui lá tentar a sorte. Ainda bem: consegui comprar o último ingresso!!!!

Quanto ao show, digamos que superou MUITO as minhas expectativas. Eu fui sabendo que seria algo bacana, mas eu temi que tivesse alguns momentos em que ficasse alguns "espaços" nas músicas, por causa dos instrumentos. Mas foi pelo contrário. Estava tudo muito bem preenchido. A cada música, cada brinquedinho novo utilizado, eu fui ficando mais fascinado pelo show e pela ideia super original de Fernanda Takai e companhia.


Teve um instrumento que o John tocou em uma música que diz ele ser uma espécie de um lápis, que quando você escreve na lousa própria faz um barulho meio sintetizado. O barulho era quase idêntico aos sintetizadores utilizado por Brian Eno em seu período Roxy Music. Queria muito ter um desse, até ele dizer que ficou mais ou menos uns 30 dólares. Melhor esperar um pouquinho.... O show estava repleto de crianças, por motivos óbvios. Além disso, os fantoches do Giramundo também participaram do show, dando o ar da graça. A última música, Bohemian Rhapsody, foi um espetáculo a parte, tanto pelas palhaçadas dos fantoches quanto da banda em si. Fui embora com uma satisfação muito grande, e uma  vontade de assistir mais um show do pato fu (com eles cantando mais músicas deles dessa vez)

Nota para o show: 9,5 / 10

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[enquanto isso, na vitrola...]

O novo disco do Crystal Stilts é fantástico! Admito, não empolguei tanto quanto com o primeiro trabalho deles, mas mesmo assim, eles continuam com aquela atmosfera sombria, se mantendo com o título (dado por mim) de "Dark Surf Musicians" ou "O Negativo de Jesus and Mary Chain". Nesse In Love With Oblivion, não sei porquê, mas senti um certo toque de Arcade Fire também. E sim, gostaria muito de vê-los ao vivo.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Big Audio Dynamite, perspectivas

Existem bandas que eu escutava há 5,6 anos atrás que hoje eu não gosto nem de ouvir falar o nome, de tanta aversão (apesar que na época eu achava o máximo), mas sempre que escuto Big Audio Dynamite, me dá uma certa nostalgia. Lembro direitinho do meu primeiro contato com a banda. Foi em um programa da mtv, que o Edgard apresentava, qual ele estava passando clipes de algumas bandas que haviam se apresentado no Brasil tempos atrás. O clipe foi E=mc².

Como eu estava no auge da empolgação new wave anos 80 (Information Society, Depeche Mode e afins), apaixonei de primeira. Só que eu não consegui ouvir o nome da banda inteira, somente li no finalzinho do clipe a sigla "B.A.D." Isso me rendeu alguns problemas na busca da banda pela internet, já que eu digitava nos sites de busca 'bad e=mc²' e praticamente não encontrava nada. Só depois de muita busca mesmo é que eu fui descobrir que bad era a sigla de big audio dynamite, e logo depois eu descobri que essa era outro projeto do Mick Jones (the clash). E eu ainda só conhecia uma música - além de ter internet discada (e grátis), youtube não tinha nem metade das coisas que tinha hoje.

Após muito custo (e ajuda de amigos com internet banda larga, afinal, em 2005 poucas pessoas tinham isso em Formiga ainda!) consegui várias músicas da banda, conhecendo um pouco mais do que a clássica e=mc², que apesar de tudo, ainda continua como a minha favorita. Escutava quase todo dia, quando enjoava um pouquinho de The Cure. Adoro o clima das músicas, parece que todos os álbuns do B.A.D. foram tirados de trilhas sonoras de filmes da Sessão da Tarde.

Os anos foram passando, e acabei deixando o Big Audio um pouco de lado. [não, I'm not turned out a punk, heh] Só esses dias que eu vi que eles iriam tocar no Coachella que me deu vontade de escutar de novo. E pelo visto eu ainda vejo muita graça neles (LÓGICO, não é nem 1/12 do que é o The Clash, mas é bacana mesmo assim), inclusive fiz esse post ouvindo-os. Creio que seria uma boa pedida uma passagem deles no Brasil, já que esse ano teremos várias atrações no pop 'n rio que são ruins até dentro de seus gêneros, e faltam bons shows. Falando em bons shows, será que o Planeta Terra Festival trará alguma outra atração de grande porte (sem ser os strokes) ?

Ainda acredito em My Bloody Valentine, pelo menos no indie stage.

domingo, 3 de abril de 2011

Além do veludo

Para ser bem sincero, hoje eu estava destinado a fazer um post sobre Restart (criticando, é claro), mas é um assunto já comentado exaustivamente em quase qualquer lugar que se converse sobre música. Por isso, a única coisa que eu digo é que de um modo geral, o Restart dá um exemplo muito bom para todos nós. Eles mostram que até músicas lixo conseguem fazer sucesso, implicando que caso você tenha uma banda, mesmo que seja hiper meia-boca, deve correr atrás! Porque se aquilo consegue ser famoso e arrebatar multidões de fãs, qualquer coisa acima deles tem tudo para ser a nova sensação musical! Não desista!

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Havia um certo tempo que eu não ouvia Joy Division, apesar de ser uma das minhas bandas favoritas. E, despretenciosamente, navegando pela internet, eu achei várias músicas deles no formato FLAC (sem perda de áudio). Foi a chance de matar a saudade da sombria voz de Ian Curtis. A única coisa ruim de tal formato é o seu tamanho (cada música fica em torno de 25mb), mas caso você tenha um espacinho sobrando no pc, compensa ter um ou outro arquivo. Melhor ainda quando é bootleg, em que você fecha os olhos e tem a impressão que está no meio do show.

Na onda do Joy Division, relembrei de algumas coisas que eu escutava muito tempos atrás, como o primeiro disco do Velvet Underground. Não cheguei a re-escutá-lo, mas fiquei motivado a ouvir o Chelsea Girl, de Nico, e Songs For Drella, de Reed e Cale. Agradei muito dos dois, principalmente do ar sombrio (em especial o Songs For Drella - é impressionante reproduzirem tal atmosfera em plenos anos 90!) que os dois álbuns emanam.

Sinceramente, eu sei que Nico não fazia nada dentro do Velvet além de cantar uma ou outra música (isso quando não tocava tamborim), mas a voz dela até que é muito bonita. É um blasé elegante, sem ser essa ridicularidade forçada que esses 'modernetes' ficam tentando ser hoje. Nico sabia ser uma femme fatale.

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No mais, não tenho esperança nenhuma que o Cure vai vir no Brasil em 2011. Essa notícia (falsa) é divulgada desde que eles vieram aqui pela última vez, em 1995, e eu só vou acreditar quando for publicado no site oficial. E como o (chato do) Robert  já disse que só fará um show nesse ano, um show na américa latina só será possível se ele mudar de ideia, o que é semi-impossível.

terça-feira, 29 de março de 2011

Assuntos aleatórios sobre música

Como já disse, não tenho interesse em seguir algum padrão nesse blog à respeito de postagem. Tanto é que hoje vou escrever sobre fatos relacionados à música. Vamos lá:

*Dias atrás eu peguei para ouvir (depois de muito tempo que não faço isso) o meu cd do Killers, do Iron Maiden. Foi uma tristeza só. Não pelo fato do disco ser ruim, porque eu até gosto muito dele (não sou do tipo que "só gosta de Iron depois que o Dickinson entrou"), mas do tanto que ele está arranhado. Fiquei triste demais, Porque eu mesmo tinha muito cuidado com ele (foi um presente do meu pai, sempre tive apreço com o disco), mas esse tal de emprestar discos é um problema...Bom, melhor nem falar nisso mais porque me fez lembrar outras ocasiões que eu dei a mesma burrada.

*Nesse mesmo dia que eu peguei para ouvir o Killers, eu coloquei uma coletânea do Stephen Malkmus (vocalista do Pavement) - presente de um amigo meu, o Daniel - para tocar depois. Meu amigo que mora comigo até comentou na hora que gostou, mas eu pensei seriamente que era pra me agradar. Mas eu vi que eu estava enganado quando ele pediu para tocar de novo. Tá, beleza. Depois, no outro dia, ele pediu para tocar o disco de novo, e ainda pediu emprestado. Após isso, ele escutou ele mais umas 60 vezes. Fiquei mega satisfeito com isso, nunca imaginei que pudesse criar um apreciador! de Stephen Malkmus dentro da minha própria casa!

*É o fim do mundo, só pode. Todo dia surge uma nova banda de sertanejo universitário, com as músicas praticamente idênticas. Nem o punk rock conseguiu tal façanha! A única parte divertida disso é quando você vai conversar com as pessoas e pergunta: "isso aí é Cleiverson e Reverson?" e ela responde: "que isso, isso é coisa do passado já, a moda agora é Filomeno e José Matias!" Mas eu admito que fiquei meio incomodado esses dias no shopping, quando eu falei "pelo amor de Deus" com um amigo meu, e uma pessoa que estava do meu lado murmurou "Jorge e Mateus"...

* Ainda não me senti animado para ir no Rock 'n Rio. Aliás, tem alguns dias do evento que deveriam ser extintos, na moral. Ou então mudem o nome desse evento para Pop 'n Rio! E do jeito que as coisas estão nesse ritmo de "micaretização", não duvido nada que agora mesmo eles começam a distribuir abadás!

* Ia postar alguma coisa aqui mas comecei a ouvir birdland da Patti Smith e me deu vontade de escrever um tanto de coisa que não tem nada a ver aqui e sem vírgulas por sinal essa música é fantástica ela começa a berrar de uma hora pra outra enquanto que no fundo toca uma sinfonia super soturna coisa típica do john cale tá massa aqui e preciso fazer um tanto de coisa até a próxima postagem

sábado, 12 de março de 2011

Músicas que marcaram momentos

Ouvindo aqui o novo disco do The Pains of Being Pure at Heart, comecei a lembrar de um tanto de músicas que marcaram alguns momentos da minha vida. Na verdade, até músicas que eu não gosto mesmo, mas que marcaram de tanto tocar nas rádios, tv, etc (tipo Sandy e Júnior). Acredito que todo mundo tenha músicas que marcaram sua vida de uma maneira ou outra, e nesse post vou dividir algumas que marcaram a minha:


The Beatles - She Said She Said - lembro quando eu tinha 14/15 anos, trabalhava de office boy em um escritório de advocacia, jogava Super Metroid e Zelda nas horas vagas, e a galera se reunia na 'casa de praia' de um amigo para ficarmos escutando Beatles e falando que a banda era o máximo. Engraçado que quase todo mundo que ia lá atualmente não aguenta nem escutar mais Beatles.

Ed Motta - Fora da Lei - sempre que eu escuto essa música, não sei porque, eu lembro de São Paulo. Desde pequeno eu coloquei na minha cabeça que em SP os ricos fazem festas lounge em seus apartamentos triplex, tomando champagne e ouvindo Fora da Lei. Assim, toda vez que eu vou em São Paulo, eu lembro dessa música quando vejo aqueles prédios bonitões.

Nirvana - Come as You Are - eu já era cismado de ficar gravando fitas com as minhas músicas favoritas, mas pude realmente viver um sonho quando em 2002 eu ganhei meu primeiro walkman. Sei que o negócio era mega ultrapassado, mas pra mim ainda era o máximo. Passear pela rua ouvindo Nirvana, falando alto sem  perceber devido aos fones de ouvido, gastar todo o dinheiro em pilhas....

Dinosaur Jr - Over It - Essa é até mais recente, mas marcou bem o finalzinho do ano passado, por causa do Planeta Terra Festival. Ela já estava na minha cabeça, e ainda tocou no ônibus da excursão. Acho que ela marcou muito o lance da diversão com velhos amigos e outras bagunças que a gente arrumou no Playcenter.


T. Rex - Metal Guru - Eu ralando no cursinho, no início de stress, e lembro que li algo sobre o Kid Vinil dizer que Marc Bolan era um de seus heróis. Eu tinha uma ideia totalmente diferente de T.Rex, pensava que era outro tipo de som. Quando ouvi, pensei: "isso não tem nada a ver com o que eu pensava que fosse...mas mesmo assim é muito bom!" E nunca mais parei de ouvir.

Legião Urbana - Faroeste Caboclo - Essa marcou muito meus 10 anos. Nessa idade, eu tinha uma espécie de "ritual", em que eu acordava, tomava café, e ia tocar violão, todos os dias. Sempre, SEMPRE, a música inicial era Faroeste Caboclo. Eu achava o máximo saber cantar tudo aquilo de cor (porque quase todo mundo só sabe a parte que fala os palavrões). Pra ser sincero, até hoje, quando eu vejo que algo vai demorar 10 minutos, eu começo a cantar faroeste caboclo pro tempo passar mais rápido.

Eu poderia escrever várias outras, até porque eu sou o tipo de pessoa que costumo marcar momentos com músicas, mas eu ficaria aqui o resto do dia escrevendo sobre isso. Além disso, teria o risco de eu confundir tudo e começar a escrever sobre as músicas que eu mais gosto.

Estou com tanta fome que esse momento agora poderia ser marcado por qualquer música infantil sobre comida.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Músicas novas e em bom estado de conservação

Não vou negar que tenho uma certa aversão por bandas mais recentes. Não que seja síndrome de underground (pelo contrário, odeio isso), mas é que o som dessas bandas novas soa muito parecido. Porém, uma vez na vida, outra na morte, surgem algumas bandas que conseguem fazer o diferencial. Ainda bem, né. Pena que isso não aconteça muito no Brasil, onde todos nós sofremos com os efeitos do rock frutinha colorido.

Assim, nessa última semana peguei vários álbuns que frequentemente sou recomendado a escutar, além de alguns lançamentos de bandas que eu já gostava. Começando pelo último que eu ouvi, do J Mascis - Several Shades of Why. (Pra ser mais sincero, eu estava escutando ele agorinha mesmo). É um disco mais calmo, praticamente voz e violão, com alguns arranjos maneiros. É interessante ver o contraste que Mascis faz nesse álbum solo em relação ao Dinosaur Jr (barulheira pura), e mostra que ele consegue ser bom em qualquer instrumento de corda que colocarem na sua mão. É o tipo de álbum que dá pra ouvir em qualquer lugar, tranquilo, com a voz meio rouca e desafinada de Mascis soando como um choro de sua alma. (ou mais ou menos isso, é um desafinado afinado, sabe?)

Agradei bastante do The King Of Limbs (Radiohead) também. Esse novo trabalho (que ainda não foi lançado na forma física) ficou um pouco menos "viajado"do que o seu antecessor In Rainbows, com uma batida mais clean e pegada mais forte. Achei também o seu tamanho ideal (38min aproximadamente), o que não torna o som enjoativo - dá até vontade de escutar duas vezes seguidas. Para promoverem o disco, produziram também o clipe de Lotus Flower (uma das faixas de destaque), em que Yorke faz uma sessão de dance hiper-divertida - o que não exclui sua bizarrice.

(Concordo também que as danças de Ian Curtis eram bizarras, ok)

Sobre o novo do White Lies, preciso escutar mais para digerí-lo melhor. Sites como o All Music Guide até cotaram-no como melhor que o primeiro, mas eu achei ambos muito parecidos, uma espécie de "cópia de fórmula". Vou escutá-lo outras vezes para fazer uma avaliação mais decente.

Escutei também todos os discos do aclamado Arcade Fire. Adorei a bandinha. O único problema é que os discos foram caindo a qualidade das músicas em progressão aritmética (menos mal, poderia ser geométrica). O disco Funeral certamente será considerado um clássico daqui a alguns anos, realmente muito bom mesmo, digno de destaque. Nesse álbum, Arcade Fire conseguiu mostrar que no 'indie' rock dos anos 00 existem bandas que salvam (eu sei que existem VÁRIAS, mas é que todo dia aparece uma nova que faz o mesmo estilo de som em todas as músicas, ou apelam para o visual). Neon Bible também é muito bom, mas como eu disse, ele e o mais recente Suburbs já não conseguem ser tão bons quanto o primeiro. De qualquer jeito, ainda são superiores à média do gênero.

No mais, me apresentaram uma banda russa que se chama Motorama, que pelo visto é desconhecida, embora tenha alguns vídeos no youtube. Remete bem ao Joy Division, aquele vocal soturno, e etéreo. Escutei muito pouco também, mas é uma boa banda. O ruim de escutar bandas com influências muito claras é que te dá um certo desânimo, já que você pode escutar a fonte original de uma vez, sabe. [Isso acontece muito comigo, principalmente quando me mostram um shoegaze que tenta copiar à risca o Loveless, do MBV] De qualquer maneira, vale dar uma conferida.

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É isso aí, por enquanto.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Lady Gaga e o eletropop

Eu fiz um desafio a mim mesmo de escutar um trabalho de um artista qual eu não escutasse, e fazer a sua avaliação. Pensei em pegar um disco do Jammil, Chiclete com Banana, ou qualquer coisa do tipo, mas eu não sei se eu conseguiria escutar o disco inteiro. Então resolvi pegar a melhor artista do pop eletrônico atual e ouvir seu disco mais famoso: Lady Gaga e seu primeiro álbum de estúdio, The Fame.

(Claro, para fazer qualquer tipo de crítica a esse álbum tive que ignorar qualquer semelhança com a Madonna, porque senão seria impossível. Até porque se alguém te entregar o disco dizendo "olha só o novo trabalho da Madonna" você acreditaria piamente.)

Confesso que fiquei impressionado com a qualidade do álbum. Dentro do seu estilo, realmente Gaga é a melhor cantora da atualidade. Eu só conhecia o single "Poker Face" e o hit "Paparazzi", e até imaginava que só havia essas músicas no seu disco que fizessem sucesso (igual acontece com Ke$ha e as outras). Entretanto, o disco apresenta músicas perfeitas para serem  tocadas nas pistas de dança. A impressão que tive enquanto ouvia era que se ela distribuísse cada música para uma iniciante diferente, ela criaria várias cantoras diferentes.

A voz de Gaga não é lá essas coisas, é verdade. Totalmente sintetizada, e às vezes escondida pelos sons das batidas. Porém, no bônus Again, Again - que é mais lenta, ela consegue se manter bem afinada, e até mesmo arriscar as famosas "gaguejadas".

Com apenas 2 discos e um sucesso meteórico, Lady Gaga mostra que ainda tem muita coisa para mostrar, e talvez até evoluir. Em pouco tempo, ela conseguiu ser uma das cantoras mais famosas do mundo, apresentando um pop de qualidade, bem a frente das cantoras de seu tempo - o que indica uma tendência que tal estilo pode seguir nessa década. Resta saber até quando ela conseguirá ser criativa e se manter nos holofotes (por razão de sua música, e não pelos escândalos que a cercam)

domingo, 16 de janeiro de 2011

Projetos Paralelos e Supergrupos

Quando um músico está entediado de sua banda, ou do som que ele está produzindo, ele costuma dar uma "espairada"e parte para algum projeto paralelo - isto é, algo relacionado ou não com sua banda/carreira, mas de maneira despretensiosa, para passar o tempo, se divertir, ganhar dinheiro...o que seja.

Isso existiu desde sempre. Já no final dos anos 60 - início dos 70, vários músicos já participavam de projetos paralelos, até porque muitos estavam maravilhados com os novos instrumentos que estavam sendo criados, ou para mostrar que eram bons mesmo em qualquer gênero musical. Essa "mania" existe até hoje (ainda bem), o que é super bacana quando vemos músicos lançando discos com suas bandas paralelas - e esses são bons. Um exemplo disso é o Breeders, banda de Kim Deal (Pixies), que lançaram trabalhos altamente notáveis (Last Splash, só para citar um) e estão na ativa até hoje.

E, melhor ainda do que quando os músicos se aventuram em projetos paralelos, é quando fazem isso criando supergrupos - bandas temporárias ou não formadas por integrantes de várias bandas diferentes. Isso pode gerar uma mescla de estilos, criando uma sonoridade totalmente inédita (ou pelo menos inesperada, caso não seja nada de novo). Muitas pessoas acabam até gostando mais dos projetos paralelos do que dos originais, como é o meu caso. Não sou muito fã de Los Hermanos, mas gosto muito de Little Joy, mesmo com a voz do D`Amarante. O Little Joy é o resultado de uma turminha bacana que se reuniu para fazer algo diferente de seus projetos atuais, e o fazem muito bem.

Claro, existem também aqueles projetos paralelos que somente quem é fã do conjunto original vai achar alguma graça. O The Glove é um exemplo disso. Esse supergrupo liderado por Robert Smith (Cure) e Steven Severin (Siouxsie and the Banshees) é quase uma mistura superequilibrada da sonoridade das bandas dos dois líderes. Quem não curtir Cure ou Siouxsie é melhor nem chegar perto, pois vai achar super estranho. Eu particularmente acho fantástico, embora não seja um disco para escutar com frequência.

Em termos de rock, é possível notar que na maioria das vezes os músicos partem para projetos paralelos onde possam utilizar mais da música eletrônica. Atualmente isso é mais fácil de notar (veja Billy Corgan, Julian Casablancas, Thom Yorke...até os discos solo de Frank Black tem umas pitadinhas de eletrônico). Isso é interessante pela variedade de músicas que vamos obter, apesar de, como eu já disse em um post anterior, é preciso "cuidado e virtude" ao adentrar nesse meio. Mas Corgan, Yorke e outros até que tem feito isso de maneira brilhante.

Enfim, os projetos paralelos se tornaram algo extremamamente popular no mundo da música, assim como os supergrupos, e os ouvintes estão sempre à espera de conjuntos novos do estilo. É algo tão bacana que nos leva a imaginar como seria um supergrupo ideal, coletando membros de bandas diferentes e criando em nossas mentes a "banda dos sonhos". Bom, comecei a pensar aqui e parei, porque me deu algumas dúvidas...

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[esses dias eu estou ouvindo...]

a discografia de Brian Eno. Muito boa, me fez até ganhar um certo gosto pela música ambiente, qual eu mesmo não sabia que eu tinha. Não é ideal para quem gosta de músicas mais agitadas, porém consegue te relaxar em momentos de ansiedade. Mesmo assim, Another Green World deve ser ouvido por todos, assim como o projeto em parceria com o David Byrne, dos Talking Heads (olha aí os projetos paralelos!), My Life in the Bush of Ghosts. Esses possuem mais vocais e agradam até quem não curte muito o estilo de Eno.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Top 30 atual

há dois anos atrás, eu tinha feito um top 30, de besteira mesmo (para vê-lo clique AQUI). Ontem, eu fiz um novo top 30, só para ver as mudanças que tinham acontecido [já que no primeiro eu mesmo havia previsto que haveriam mudanças]. E com certeza daqui a 2 anos ou até menos já terei um novo top 30. Até porque sempre estão saindo discos novos, ou conhecemos múscas novas. Quando eu tiver ânimo, eu começo a dar nota para os discos, assim dá para fazer um top mais estável. Mas por enquanto, vai esse mesmo.

Não é um top 30 tendencioso, é um top 30 MUITO tendencioso. [talvez polêmico]





Belle and sebastian – If You Are Feeling Sinister (1996) - Os backing vocals, as gaitas, os teclados de fundo, a melodia de todas as músicas e tudo mais do que esse disco possui fazem que com ele seja perfeito para (quase) qualquer ocasião. Tente cantar junto o final de Me and the Major.
Brian Eno – Another Green World (1975) - Nunca imaginei que pudesse existir um álbum feito praticamente à base de sintetizadores que pudesse ser superior aos trabalhos do kraftwerk. Brian Eno me mostrou que isso é possível. Somado à alguns solos de guitarra hipnotizantes, Another Green World é uma obra prima.

Crystal Stilts – Alight of Night (2008) - Entendo esse disco como um negativo do Jesus And Mary Chain. As músicas parecem ser tocadas de noite. É uma mistura de shoegaze, nocie pop, indie com um vocal a la Ian Curtis. Soa como um....sombrio elegante.

Echo And The Bunnymen – Porcupine (1983) - Como disse no outro top 30, esse álbum é "frenético". As linhas de baixo são magníficas, em completa sintonia com a guitarra de Will Sergeant e o vocal de Ian McCulloch. Dá para sentir, as músicas são tocadas com força.

Iggy Pop – The Idiot (1977) - Não é só porque é o disco de suicídio de Curtis, mas porque é um trabalho sensacional. Deste álbum, saiu um dos maiores sucessos de bowie nos anos 80 (China Girl), que sinceramente, a versão desse disco é infinitamente superior à que ficou mais conhecida.

Jesus and Mary Chain – Psychocandy (1985) - Não digo que é um trabalho conceitual, que precisa ser apreciado, porque você pode escutar esse disco infinitas vezes e odiá-lo. Entretanto, é inegável que praticamente qualquer uma das músicas desse disco que fossem lançadas sem o efeito dos fuzzes ou os vocais dos irmãos reid, poderiam ser sucessos das rádios. Porém, nunca seriam tão belas sem as microfonias e as infintas paredes de som que as cercam.

Joy Division – Closer (1980) - Unknown Pleasures foi um dos marcos iniciais do post punk e "o" disco do Joy Division, eu sei. Mas Closer veio para mostrar que o JD não era uma banda de um disco só. É mais maduro, mais bem trabalhado, e aponta até mesmo a tendência eletrônica que os anos 80 seguiriam. E mais melancólico, é claro.

Kraftwerk – Computer World (1981) - Há, eu adoro computadores. e nada melhor do que um disco somente falando deles. As músicas desse disco são sampleadas até hoje, isso quando não são a base para qualquer conjunto que queria fazer algo baseado em Kraut-Rock ou Synth-Pop.

Lou Reed – Berlin (1972) - Enquanto David Bowie era aclamado por seu opera rock Ziggy Stardust, Reed lançava o seu próprio em Berlin, com algumas faixas recicladas do Velvet Underground inseridas em uma história envolvendo Jim, Caroline, seus filhos e a Guerra Fria. É difícil segurar o choro ao ouvir The Kids. Reed previu o que viria 10 anos depois com Cure, Joy Division e outros.

My Bloody Valentine – Loveless (1991) - Quando escuto Loveless, fico imaginando o processo de criação desse álbum, que praticamente faliu a Creation e deixou um marco na história do Shoegazing. Loveless é transcendental, é diferente de tudo que você já ouviu. É como se fosse um grande encontro de Jesus And Mary Chain com Cocteau Twins, somados a voz de Bi(linda) Butcher.

New Order – Power, Corruption and Lies (1983) - Som eletrônico à base de guitarras, baixo e batera? isso é possível, acredite. A ex-turminha do Joy Division tiveram as manhas de fazer um pop eletrônico que fosse bom, e ao mesmo tempo, tocasse nas rádios e em todas as discotecas.

Pearl Jam – Ten (1991) - Tá, eu sei que o primeiro disco de uma banda costuma ser o melhor, por já ter mais música trabalhada, e etc, etc, etc. Agora, me mostra quantas bandas conseguem fazer um primeiro disco em que TODAS as músicas são boas. E não apenas boas, são conhecidas por todo mundo.

Pavement – Crooked Rain, Crooked Rain (1994) - O Pavement é a representação mais concreta que o Underground pode ter. Vocais desleixados, músicos desvirtuosos fazendo música melhor do que esses "mestres do rock", galera divertida, e uma sonoridade tão simples e lo-fi que dá vontade de ouvir o dia inteiro.

Pixies – Trompe Le Monde (1991) - Fãs xiitas vão reclamar (Aonde está surfer rosa? e o doolittle?), mas esse tem um charme especial. É o Nocie Pop/Rock super dosado. admito, faltou um pouco dos vocais de Kim Deal, mas mesmo assim é maravilhoso. As músicas parecem ser emendadas. E é claro, tem o cover de Head On.

Radiohead – The Bends (1995) - Esse disco do Radiohead é tão maravilhoso que escutado na íntegra, o hit Fake Plastic Trees se torna apenas um coadjuvante. Foi o último suspiro do Radiohead antes de se adentrar no universo eletrônico (que por sinal, foi uma das melhores coisas que aconteceu nesse gênero nos últimos tempos).

Ride – Nowhere (1990) - Banda de Andy Bell antes de se tornar baixista do Oasis. Nowhere é uma obra prima, com elementos de Shoegaz e Britpop. Embora esse comentário já seja batido, não há melhor jeito de entender esse álbum como senão classificá-lo como "Loveless do lado avesso".

Roxy Music – Roxy Music (1972) - Definir entre qual o melhor trabalho do Roxy Music (Esse ou o Country Life) é muito difícil (dias atrás eu mesmo afirmei que C.Life era melhor), mas os synths de Eno são essenciais. Escute Virginia Plain. Eles preveram o indie rock dos anos 00!!!

Sebadoh – Bakesale (1994) - Lou Barlow mostra aqui que também sabe fazer música. e música muito boa. Bakesale é um dos melhores discos Lo-Fi já produzidos, com melodias próximas do grunge e com tons soturnos. Digno de um baixista do Dinosaur Jr mesmo.

Sonic Youth – Daydream Nation (1988) - Não é tão agradável de escutar como o Goo, Dirty ou até mesmo o The Eternal, mas seus arranjos são insuperáveis até mesmo para o próprio Sonic Youth. Daydream Nation é forte, é impactante. É o ápice do Do It Yourself  tocada de maneira fabulosa.

T-Rex – The Slider (1972) - Para superar a simpatia de Marc Bolan, talvez só caras do tipo Freddie Mercury. Dá pra sentir que o cara é cativante só de escutar a sua voz [até Bowie admite sua fascinação por Marc em Lady Stardust] .The Slider é gostoso de escutar; seu ouvido fica até cheio de brilho depois de umas 3 músicas.

Television – Marquee Moon (1977) - Músicas muito compridas tendem a ser chatas. Mas, a faixa título desse disco é uma das músicas de 10 minutos mais bem feitas que eu já ouvi na minha vida. Isso sem contar Venus, Guiding Lights, See no Evil, que te deixa fissurado pelo disco durante eras.

The Beach Boys – Pet Sounds (1966) - O disco que influenciou a criação do Sgt. Peppers. E é claro, MUITO superior a ele. Os barulhos, os backing vocals, as melodias de surf music...verdadeira obra de arte, que te dá nostalgia de coisas que você nem ao menos presenciou. aquela turminha lá de liverpool precisaria aprender muuito para superar esse aqui.

The Clash – London Calling (1979) - Um dos discos-símbolo do rock. É verdade que não possui a mesma fúria do primeiro disco do Clash, mas por outro lado, ele contém quase tudo que se conhecia por música na época. Além do mais, criar uma música de reggae com o nome de Revolution Rock é no mínimo, genial.

The Cure – Disintegration (1989) - Primeiramente, quero deixar bem claro que esse disco está aqui porque eu sempre gostei dele, e não porque eu estou fascinado com a sua versão deluxe. Disintegration é o ápice da junção de teclados etéreos com uma bateria mega forte. Escute Closedown e vai entender o que que eu estou falando.

The Cure – Faith (1981) - Minimalista. Mórbido. Desesperador. Transitório. Faith é a trilha sonora da sua quinta feira de férias, em que você está sozinho em casa, o céu está totalmente nublado, a chuva está para chegar - e não chega. 

The Smashing Pumpkins – Mellon Collie And The Infinite Sadness (1995) - Superar o Gish e o Siamese Dream já era uma tarefa difícil para Billy Corgan, mas fazer isso com um disco duplo foi extraordinário. e além do mais, com um discos duplos mais vendidos da história. Escute Mellon Collie. Você vai encontrar pelo menos 3 músicas que dizem tudo sobre o que está sentindo agora.

The Smiths – The Smiths (1984) - Solidão adolescente em forma de música. Antes de descobrir que "havia uma luz que nunca se apaga", Morrissey e Marr criaram o som que você ouve de cabeça baixa, pensando na vida e no seu amor não correspondido.

The Stone Roses – The Stone Roses (1989) - Eles podem ser chatos, metidos, se acharem e blablablabla, mas fizeram um dos álbuns mais gostosos de se escutar. Ian Brown e sua turminha de Manchester (Madchester) abriram caminho para o britpop dos anos 90. e você pensando que Oasis era super original....

The Velvet Underground - Loaded (1970) - Andy Warhol já não era tão presente, já não havia Nico, e muito menos John Cale (ah, Doug Yule salvava), mas mesmo assim Lou Reed fez mais um clássico do Rock. Loaded é a maturidade do conjunto, o canto do cisne antes de Reed seguir carreira solo. Pra mim, possui um dos maiores hinos do rock (a própria música Rock 'n Roll)

Dinosaur Jr – Green Mind (1991) - Mascis, como em tudo que coloca a mão, humilhou. Green Mind é um ícone do alternativo, não só pelos solos de guitarra maravilhosos e sujos, como também pelo equilíbrio que as músicas possuem. Das furiosas às mais calmas, Green Mind mostra que de Jr, o Dinosaur só tem o nome.

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Claro, o Darklands é supra top's 30.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Disintegration Deluxe Edition

Embora tenha sido lançado só ano passado, somente ontem que eu fui lembrar de escutar a versão deluxe do Disintegration. É claro que eu já esperava uma coisa boa, já que tal disco é um dos melhores do The Cure (para muita gente o melhor, e pra mim perde por milésimos para o Faith). Relançamentos sempre carregam consigo grandes expectativas, já que para lançar de novo um álbum de mais de 20 anos atrás tem que haver algo super especial jamais lançado antes.

Mas o Disintegration Deluxe Version superou todas as minhas expectativas. todas mesmo. Só para começar, são 2 discos extras, um com b-sides, raridades e outros, e o Entreat Plus, com todas as músicas do Disintegration tocadas ao vivo em diversos shows (entre eles o do Wembley Arena de 89, considerado pelos fãs [e por mim também] o melhor bootleg da Prayer Tour). Isso junto ao álbum original, que é uma obra de arte qual deve ser apreciada ao extremo.

Como sempre, as versões caseiras de Bob Smith são surpreendentes. Elas praticamente já estão prontas, só precisam de alguns retoques mais a inserção de voz. Como característica marcante do Cure, a bateria e a linha de baixo se mantêm durante toda a música, para serem sobrepostas pelas guitarras (fascination street que o diga) e pelos teclados magníficos [que após você escutar disintegration você termina super indignado pelo fato de a banda não ter mais um tecladista]

Sobre as músicas separadamente, eu poderia fazer um comentário sobre cada uma, mas mesmo assim não é a mesma coisa do que ouvir de fato. A única coisa que eu digo é: eu sinceramente acho que Babble deveria estar no Disintegration. Não que Last Dance ou Homesick sejam ruins (na versão LP elas não constam no álbum), mas se eu tivesse que escolher, eu certamente subistituiria uma das duas por Babble, mais precisamente, Homesick.


Mesmo lançado 22 anos atrás, a proposta de Disintegration se mantém intacta. O vocal desesperador de Robert Smith, as letras destruidoras, a nostalgia, o impacto da faixa-título.... tudo isso contribui para o patamar que The Cure possui hoje. Ao re-escutar esse disco, lembrei do meu ápice como curemaníaco (15 anos) e a minha vontade de entrar na igreja ao som de Plainsong ou Atmosphere, do Joy Division...pelo menos por hoje, essa dúvida estaria facilmente resolvida....