domingo, 16 de janeiro de 2011

Projetos Paralelos e Supergrupos

Quando um músico está entediado de sua banda, ou do som que ele está produzindo, ele costuma dar uma "espairada"e parte para algum projeto paralelo - isto é, algo relacionado ou não com sua banda/carreira, mas de maneira despretensiosa, para passar o tempo, se divertir, ganhar dinheiro...o que seja.

Isso existiu desde sempre. Já no final dos anos 60 - início dos 70, vários músicos já participavam de projetos paralelos, até porque muitos estavam maravilhados com os novos instrumentos que estavam sendo criados, ou para mostrar que eram bons mesmo em qualquer gênero musical. Essa "mania" existe até hoje (ainda bem), o que é super bacana quando vemos músicos lançando discos com suas bandas paralelas - e esses são bons. Um exemplo disso é o Breeders, banda de Kim Deal (Pixies), que lançaram trabalhos altamente notáveis (Last Splash, só para citar um) e estão na ativa até hoje.

E, melhor ainda do que quando os músicos se aventuram em projetos paralelos, é quando fazem isso criando supergrupos - bandas temporárias ou não formadas por integrantes de várias bandas diferentes. Isso pode gerar uma mescla de estilos, criando uma sonoridade totalmente inédita (ou pelo menos inesperada, caso não seja nada de novo). Muitas pessoas acabam até gostando mais dos projetos paralelos do que dos originais, como é o meu caso. Não sou muito fã de Los Hermanos, mas gosto muito de Little Joy, mesmo com a voz do D`Amarante. O Little Joy é o resultado de uma turminha bacana que se reuniu para fazer algo diferente de seus projetos atuais, e o fazem muito bem.

Claro, existem também aqueles projetos paralelos que somente quem é fã do conjunto original vai achar alguma graça. O The Glove é um exemplo disso. Esse supergrupo liderado por Robert Smith (Cure) e Steven Severin (Siouxsie and the Banshees) é quase uma mistura superequilibrada da sonoridade das bandas dos dois líderes. Quem não curtir Cure ou Siouxsie é melhor nem chegar perto, pois vai achar super estranho. Eu particularmente acho fantástico, embora não seja um disco para escutar com frequência.

Em termos de rock, é possível notar que na maioria das vezes os músicos partem para projetos paralelos onde possam utilizar mais da música eletrônica. Atualmente isso é mais fácil de notar (veja Billy Corgan, Julian Casablancas, Thom Yorke...até os discos solo de Frank Black tem umas pitadinhas de eletrônico). Isso é interessante pela variedade de músicas que vamos obter, apesar de, como eu já disse em um post anterior, é preciso "cuidado e virtude" ao adentrar nesse meio. Mas Corgan, Yorke e outros até que tem feito isso de maneira brilhante.

Enfim, os projetos paralelos se tornaram algo extremamamente popular no mundo da música, assim como os supergrupos, e os ouvintes estão sempre à espera de conjuntos novos do estilo. É algo tão bacana que nos leva a imaginar como seria um supergrupo ideal, coletando membros de bandas diferentes e criando em nossas mentes a "banda dos sonhos". Bom, comecei a pensar aqui e parei, porque me deu algumas dúvidas...

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[esses dias eu estou ouvindo...]

a discografia de Brian Eno. Muito boa, me fez até ganhar um certo gosto pela música ambiente, qual eu mesmo não sabia que eu tinha. Não é ideal para quem gosta de músicas mais agitadas, porém consegue te relaxar em momentos de ansiedade. Mesmo assim, Another Green World deve ser ouvido por todos, assim como o projeto em parceria com o David Byrne, dos Talking Heads (olha aí os projetos paralelos!), My Life in the Bush of Ghosts. Esses possuem mais vocais e agradam até quem não curte muito o estilo de Eno.

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