quinta-feira, 4 de novembro de 2010

por trás da ascensão

 Muitas das vezes, bandas que são cultuadas por todos (tanto no cenário mainstream quanto no alternativo) só conseguiram a fama e o respeito devido a um pequeno "empurrãozinho" que receberam de outras bandas que já estavam no cenário, ou de músicos influentes.

abaixo alguns exemplos:

Rolling Stones - exemplo clássico. todo mundo sabe que Lennon e McCartney apoiaram a banda que tempos depois se tornaram uma espécie de "contramão" dos beatles.

Van Halen - o grupo foi descoberto por ninguém menos que Gene Simmons, do Kiss. Tudo bem, não adiantou nada, a demo nem deu certo, o sucesso deles só veio depois, mas é só pra incrementar esse post.

Primal Scream - é verdade que depois a banda ganhou grandes proporções, mas no início da carreira, a singela notoriedade que o grupo tinha vinha pelo fato de bobby gillespie ter participado do Jesus And Mary Chain - isso restrito ao cenário alternativo, já que o próprio JAMC nunca fez muito sucesso em grandes proporções.

Nirvana - um dos maiores filões da história do rock. Sonic Youth e Dinosaur Jr., em um grande espírito de "fraternidade" a outras bandas alternativas, indicavam para as gravadoras independentes algumas bandas que eles acreditavam ser promissoras. Uma delas foi o grupo de Kurt Cobain. e assim, com o sucesso do Nirvana, várias outras bandas vieram na maré do grunge, criando toda a cena alternativa dos anos 90 (e que infelizmente, morreu com a década)

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[Dias atrás eu andei ouvindo...]

Algumas músicas do álbum Teargarden by Kaleidoscope, do Smashing Pumpkins (só foram lançadas 6 canções)
Nessa nova fase de sua carreira, Billy Corgan cismou de ser zen. e isso está refletindo em suas novas músicas, que perderam um pouco do "punch" clássico do Pumpkins. mas algumas ainda remetem aos melhores tempos da banda, como Freak. Entretanto, é um pouco cedo para julgar o álbum, já que podem sair outras músicas que no todo, fazem sentido. o próprio Mellon Collie and the infinite sadness é um exemplo disso. até lá, haja paciência....

e aguardo ansiosamente o show!

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no próximo post, falarei sobre rock + música eletrônica

sábado, 16 de outubro de 2010

O problema do álbum mítico

De tempos em tempos, surgem os famosos "álbuns míticos". são aqueles álbuns super inspirados, em que todas as músicas são boas/dignas de virarem hits, e 90% das músicas deste vão para o "Best Of". Os próprios músicos ficam maravilhados, porque eles realmente "tiveram a manha". Esse disco pode se tornar um sucesso de vendas, um marco na história da música, um indicador de tendência ou o princípio do fim da banda. Falarei sobre esse último caso.

Se tal álbum mítico foi o primeiro do conjunto [o que não é incomum, uma vez que a banda não tem um público a espera do trabalho, então pode gravar com mais tranquilidade, sem esperar algum retorno ou ter que agradar alguém - exceto se estiver pressionada pela gravadora], o problema é maior, já que quase tudo que for lançado depois será quebra de expectativa, ou se for um pouquinho só menos brilhante, receberá críticas ferrenhas.

Um  grande exemplo disso são os Stone Roses, que embora tenham feito um excelente trabalho em seu segundo cd, Second Coming, não conseguiram emplacar nenhum hit, além de decepcionar a maioria dos fãs e críticos. Embora o álbum seja muito bom (e até melhor trabalhado que o primeiro), ele não conseguiu ser tão inovador, ou até mesmo manter o feeling que o álbum homônimo trazia [além da pressão existente entre grupo/gravação/produção]. Assim, ele acabou sendo esquecido, assim como foi um dos motivos que gerou o fim do grupo.

 Alguns outros casos podem ser lembrados, como o Loveless, do my bloody valentine, ou o Disintegration do Cure, qual muitos alegam ter sido o "fim" da  banda, já que nenhum álbum póstumo conseguiu se equiparar a ele (lembrando que Wish é muito bom). Alguns outros casos poderiam ser citados [se você estiver pensando que isso ocorreu apenas na virada 80/90] , mas é desnecessário.

Então, o que fazer? Sinceramente, acho que o primeiro fator para contornar situações do tipo é ter a humildade de admitir que o trabalho foi realmente o melhor. É melhor fazer isso do que tentar fazer a crítica e os fãs engolirem as novas músicas de trabalho através das rádios e programas de tv, assim como a exposição exaustiva em qualquer outra mídia. isso enche o saco e muitas das vezes não funciona. Isso quando a banda cisma de não tocar as músicas do outro disco, mesmo que todo mundo fora no show para escutar as antigas. É preciso jogo de cintura.

Claaaro, mas nem por isso precisa também ficar trabalhando somente em cima dos sucessos, como fez o Linkin Park, que após lançar dois álbuns totalmente inovadores ficou fazendo mixagens e mixagens em cima das músicas até todo mundo não aguentar mais escutar.

Ao lançar os outros álbuns, que logicamente serão inferiores ao mítico, há de se ter calma, com o tempo eles podem ser degustados, e até músicas que passaram despercebidas podem virar sucessos depois de alguns anos. o mercado musical costuma ser imprevisível. E é extremamente irônico quando acontece isso, porque a crítica musical costuma ficar sem palavras, e mostra o tanto que é maleável (o Velvet Underground and Nico é um ótimo caso - ninguém consegue explicar como um álbum que teve vendas baixíssimas e criticado por todo o cenário musical da época hoje é considerado um dos maiores álbuns da história do rock)

Bom, comecei a escrever sobre isso e me deu vontade de ouvir alguns álbuns míticos. até logo!
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[dias atrás eu andei ouvindo....]

O disco solo do Julian Casablancas. Não gostei muito, com exceção de 11th Dimension. quando eu tiver paciência eu vou tentar digerir o álbum melhor. Mas a primeira vista, achei muito forçadinho.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O primeirão dos smiths e o que viria a seguir

É muito difícil conhecer pessoas que não gostam de escutar Smiths. Com exceção, é claro, daquelas que nunca escutaram. mas todo mundo costuma gostar desde a primeira vez que escuta.

A sensação que a guitarra de Marr + a voz de Morrissey promovem é única. como o próprio nome sugere, é algo tão simples, tão comum que passa a soar especial e diferente. É aquele espírito único, aquele sentimento que... está todo mundo lá fora feliz pra caramba, e você abatido em casa. E se você tiver escutando com alguém, pode ter certeza que a pessoa do seu lado vai pensar que você está feliz e ela é a grande perdedora mundial.

O primeiro álbum demonstra muito isso, principalmente com Suffer Little Children, quando você começa a escutar os risos no fundo... bom, sobre essa música, é interessante depois procurar a tradução. [Do it yourself]. Lançado em 1984, soaria até meio impossível do primeiro álbum ser ruim (afinal, eles são de Manchester - terra de Joy Division, New Order e da galera que viria posteriormente no Madchester).

Para mim, o único aspecto negativo do disco são alguns falsetes toscos do morrissey, talvez até por sua imaturidade na época. Acredito seriamente que Miserable Lie seria uma música melhor sem aqueles faniquitos, e aquelas gracinhas que ele faz no meio da música.

No mais, The Smiths (1984) indicou uma tendência. Eles foram um dos pioneiros do indie rock (DO INDIE ROCK DE VERDADE), e mostraram que o post-punk poderia ser realmente criativo e inteligente, e ter riffs realmente cativantes. muitas bandas seguiram o estilo da banda, como James (também vinda de manchester), enquanto alguns frontmens imitavam o estilo irreverente de Morrissey (Renato Russo era um deles - apesar que o renato é um caso a parte, já que ele misturava as flores de morrisey com performances de Ian Curtis, o que dava...aquela coisa que todo mundo já viu)

Falar sobre Smiths só me fez sentir saudade da minha infância, dos vinis, de eu arranhando os vinis, de eu enchendo o saco do tio júlio pra ele colocar os discos, da gente depois de velho lembrando dessas coisas, de eu imaginando agora se o que passava na cabeça dele na época quando ele escutava é parecido com o que eu penso hoje quando eu escuto, em um notebook, em mp3, sem o barulho das rotações, sem as distorções, sem qualquer efeito magnífico que um bolachão+ uma agulha podem proporcionar.....

over the moor, the child is on the moor.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010