quarta-feira, 2 de março de 2011

Músicas novas e em bom estado de conservação

Não vou negar que tenho uma certa aversão por bandas mais recentes. Não que seja síndrome de underground (pelo contrário, odeio isso), mas é que o som dessas bandas novas soa muito parecido. Porém, uma vez na vida, outra na morte, surgem algumas bandas que conseguem fazer o diferencial. Ainda bem, né. Pena que isso não aconteça muito no Brasil, onde todos nós sofremos com os efeitos do rock frutinha colorido.

Assim, nessa última semana peguei vários álbuns que frequentemente sou recomendado a escutar, além de alguns lançamentos de bandas que eu já gostava. Começando pelo último que eu ouvi, do J Mascis - Several Shades of Why. (Pra ser mais sincero, eu estava escutando ele agorinha mesmo). É um disco mais calmo, praticamente voz e violão, com alguns arranjos maneiros. É interessante ver o contraste que Mascis faz nesse álbum solo em relação ao Dinosaur Jr (barulheira pura), e mostra que ele consegue ser bom em qualquer instrumento de corda que colocarem na sua mão. É o tipo de álbum que dá pra ouvir em qualquer lugar, tranquilo, com a voz meio rouca e desafinada de Mascis soando como um choro de sua alma. (ou mais ou menos isso, é um desafinado afinado, sabe?)

Agradei bastante do The King Of Limbs (Radiohead) também. Esse novo trabalho (que ainda não foi lançado na forma física) ficou um pouco menos "viajado"do que o seu antecessor In Rainbows, com uma batida mais clean e pegada mais forte. Achei também o seu tamanho ideal (38min aproximadamente), o que não torna o som enjoativo - dá até vontade de escutar duas vezes seguidas. Para promoverem o disco, produziram também o clipe de Lotus Flower (uma das faixas de destaque), em que Yorke faz uma sessão de dance hiper-divertida - o que não exclui sua bizarrice.

(Concordo também que as danças de Ian Curtis eram bizarras, ok)

Sobre o novo do White Lies, preciso escutar mais para digerí-lo melhor. Sites como o All Music Guide até cotaram-no como melhor que o primeiro, mas eu achei ambos muito parecidos, uma espécie de "cópia de fórmula". Vou escutá-lo outras vezes para fazer uma avaliação mais decente.

Escutei também todos os discos do aclamado Arcade Fire. Adorei a bandinha. O único problema é que os discos foram caindo a qualidade das músicas em progressão aritmética (menos mal, poderia ser geométrica). O disco Funeral certamente será considerado um clássico daqui a alguns anos, realmente muito bom mesmo, digno de destaque. Nesse álbum, Arcade Fire conseguiu mostrar que no 'indie' rock dos anos 00 existem bandas que salvam (eu sei que existem VÁRIAS, mas é que todo dia aparece uma nova que faz o mesmo estilo de som em todas as músicas, ou apelam para o visual). Neon Bible também é muito bom, mas como eu disse, ele e o mais recente Suburbs já não conseguem ser tão bons quanto o primeiro. De qualquer jeito, ainda são superiores à média do gênero.

No mais, me apresentaram uma banda russa que se chama Motorama, que pelo visto é desconhecida, embora tenha alguns vídeos no youtube. Remete bem ao Joy Division, aquele vocal soturno, e etéreo. Escutei muito pouco também, mas é uma boa banda. O ruim de escutar bandas com influências muito claras é que te dá um certo desânimo, já que você pode escutar a fonte original de uma vez, sabe. [Isso acontece muito comigo, principalmente quando me mostram um shoegaze que tenta copiar à risca o Loveless, do MBV] De qualquer maneira, vale dar uma conferida.

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É isso aí, por enquanto.

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